Neste artigo, vamos entender um conceito intrigante mundo: o Complexo de Electra!
Esse conceito psicanalítico explora como as meninas constroem sua identidade feminina durante a infância.
Inspirado na figura mitológica de Electra, esse complexo abrange uma série de sentimentos e conflitos que influenciam o desenvolvimento psicossexual e emocional das meninas.
Aqui, vamos entender também a diferença entre Electra e Édipo, discutir quando e como esse complexo acontece e como um psicanalista pode auxiliar na resolução dessas questões.
Vem comigo!
Complexo de Electra e o que é ser mulher para a psicanálise
Antes de mergulharmos no Complexo de Electra, é importante compreender que a psicanálise enxerga a feminilidade como uma construção psicológica e social, além da biologia.
Freud e Lacan enfrentaram um desafio constante em explicar e atribuir um lugar à feminilidade dentro da psicanálise.
Nesse sentido, ao abordar a questão, Lacan declara que "A mulher não existe."
Essa afirmação surge devido à ausência de uma palavra, performance ou nome que defina a mulher de forma única, pois todas são castradas.
A mulher não se enquadra em uma imagem totalitária ou exclusiva, pois sua lógica essencial é a da diversidade, tornando-se, assim, inexplicável.
Então você já pode perceber que ser mulher envolve uma série de vivências e experiências que moldam a identidade feminina desde a infância.
Quem foi Electra na mitologia grega?
No entanto, para compreender melhor o termo, precisamos conhecer a história de Electra na mitologia grega.
Electra era filha de Agamenon e Clitemnestra, e sua tragédia envolveu vingança pela morte de seu pai, causada por sua própria mãe e seu amante.
A tragédia de Electra reflete alguns aspectos psicológicos que foram associados ao Complexo de Electra na psicanálise, o qual explica a dinâmica das relações entre pais e filhos.
O que é e como acontece o Complexo de Electra
O Complexo de Electra é uma fase crucial do desenvolvimento psicossexual da menina, geralmente ocorrendo entre os 3 e 6 anos de idade, na fase fálica.
Nesse período, a menina desenvolve sentimentos afetuosos e eróticos em relação ao pai, desejando ser amada e apreciada por ele.
Ao mesmo tempo, ela pode experimentar ciúme e rivalidade com a mãe, competindo por sua atenção.
Imagine uma situação em que uma menina pequena, chamada Sofia, está brincando com seu pai e, de repente, ela percebe que a mãe também está buscando a atenção dele.
Esse cenário pode desencadear sentimentos conflitantes em Sofia, levando-a a uma busca por aceitação e amor paternos exclusivos.
A diferença entre os mitos de Electra e Édipo
Nesse âmbito, é importante distinguir o Complexo de Electra do Complexo de Édipo.
O último diz respeito aos meninos e está relacionado aos sentimentos de amor e rivalidade em relação à mãe.
Enquanto Electra busca o amor do pai, Édipo busca o amor da mãe.
São dois processos distintos que acontecem em fases diferentes do desenvolvimento infantil.
Tudo compreensível até aqui? Pois bem… Vamos continuar!
Quando é que o Complexo de Electra acontece?
O Complexo de Electra ocorre durante a fase fálica, momento em que a criança começa a explorar sua própria identidade de gênero e a perceber as diferenças entre os sexos.
É uma fase crucial, pois molda a compreensão da menina sobre o papel do feminino em sua vida.
Suponhamos que uma garotinha chamada Laura começa a demonstrar interesse especial pelo pai, querendo estar sempre perto dele e buscando a sua aprovação.
Laura pode até tentar imitar comportamentos da mãe para chamar a atenção do pai.
Dessa forma, essas atitudes refletem a fase do Complexo de Electra em seu desenvolvimento.
Complexo de Electra tardio
Em alguns casos, o Complexo de Electra pode não ser completamente resolvido durante a infância e pode persistir na vida adulta.
O Complexo de Electra tardio pode influenciar os relacionamentos e comportamentos da mulher de maneira significativa.
Como, por exemplo, causar dificuldade em estabelecer relacionamentos românticos duradouros, sempre buscando figuras paternas em seus parceiros.
Esse comportamento pode ser um indicativo de um Complexo de Electra não resolvido que ainda impacta sua vida.
Efeitos do Complexo de Electra não resolvido
Quando isso acontece e o Complexo de Electra não é adequadamente resolvido, pode levar a problemas emocionais, relacionais e de autoestima.
Mulheres com esse complexo não resolvido podem:
- se sentir inseguras em relação aos homens,
- ter dificuldades de confiança em si mesmas e
- enfrentar desafios para estabelecer relações afetivas saudáveis.
Como o psicanalista pode ajudar a resolver esse problema?
Nessas situações, o psicanalista pode ser uma figura fundamental para auxiliar no enfrentamento e resolução do Complexo de Electra.
Através de uma abordagem terapêutica, o psicanalista proporciona um espaço seguro para a paciente explorar suas vivências infantis, conflitos emocionais e traumas não resolvidos.
Com a ajuda do psicanalista, a pessoa pode entender os padrões de comportamento que estão associados ao Complexo de Electra e como eles afetam sua vida adulta.
Afinal, a terapia psicanalítica busca trazer à tona questões profundas e promover um processo de autodescoberta, proporcionando a oportunidade de trabalhar na superação dos desafios relacionados a esse complexo.
Conclusão
O Complexo de Electra é uma parte essencial da formação da identidade feminina, uma jornada que começa na infância e pode ter reflexos significativos na vida adulta.
Por meio do entendimento desse complexo e de suas influências, as mulheres podem desenvolver uma compreensão mais profunda de si mesmas, trabalhar em suas questões emocionais e construir relacionamentos mais saudáveis e gratificantes.
E você, psicanalista, pode ajudar nisso. Porém, para isso, você precisa de uma formação.
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