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A angústia, termo tão presente nas teorias de Sigmund Freud, é um fenômeno complexo e multifacetado. 

 

Neste artigo, exploraremos o significado dessa palavra-chave no contexto da psicanálise freudiana, destacando seu papel fundamental na compreensão da psique humana. 

 

Ao longo deste texto, mergulharemos nas profundezas da angústia, examinando suas origens, manifestações e implicações clínicas, fornecendo aos psicanalistas uma visão abrangente desse conceito fundamental.

 

O que é angústia para Freud?

Freud definiu a angústia como uma emoção primordial e inerente à experiência humana. 

 

Ela surge como uma resposta a estímulos internos ou externos que ameaçam a integridade emocional e psíquica de um indivíduo.

 

Sendo assim, a angústia desempenha um papel crucial na psicanálise, atuando como um sinalizador psíquico que revela conflitos e conteúdos inconscientes. 

 

Além disso, ela é uma ponte que conecta o consciente ao inconsciente, permitindo que o terapeuta e o paciente acessem camadas mais profundas da psique.

 

Origens da Angústia para Freud

Freud distinguiu duas formas de angústia: a angústia real, desencadeada por perigos reais no ambiente externo, e a angústia neurotípica, que se origina de conflitos e fantasias inconscientes.

 

Vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma delas!

 

1) Angústia Real

A Angústia Real refere-se à angústia desencadeada por perigos reais e imediatos presentes no ambiente externo. 

 

Por exemplo, imagine alguém que está atravessando uma rua movimentada e percebe um carro se aproximando rapidamente. 

 

Nesse momento, a angústia real surge como uma resposta natural e adaptativa ao perigo iminente. 

 

É uma emoção que visa proteger o indivíduo e motivá-lo a agir de forma a preservar sua integridade física.

 

2) Angústia Neurotípica

Já a Angústia Neurotípica é uma forma de angústia que se origina de conflitos e fantasias inconscientes, não necessariamente ligados a ameaças reais no ambiente externo. 

 

Esses conflitos podem surgir a partir de desejos reprimidos, traumas não resolvidos, conteúdos inconscientes, entre outros aspectos psíquicos. 

 

A angústia neurotípica pode se manifestar de diversas maneiras e nem sempre possui uma causa aparente ou lógica.

 

Para exemplificar, pensemos em uma pessoa que possui um medo irracional de elevadores, conhecido como fobia de elevador. 

 

Nesse caso, a angústia experimentada ao se deparar com um elevador não é diretamente proporcional à ameaça real representada por esse objeto, mas sim uma expressão de conflitos inconscientes que podem estar relacionados a questões de controle, claustrofobia ou eventos traumáticos passados.



Mecanismos de Defesa e Angústia para Freud

Freud observou que, diante de conteúdos emocionalmente perturbadores e angustiantes, nosso psiquismo pode recorrer a mecanismos de defesa para proteger-se do confronto direto com essas experiências. 

 

Esses mecanismos atuam como uma espécie de "escudo" psicológico, buscando reduzir a ansiedade e proteger nossa integridade psíquica.

 

Entre os diversos mecanismos de defesa, alguns estão particularmente relacionados à angústia. Vamos explorar alguns deles:

 

Repressão

A repressão é um mecanismo de defesa central na psicanálise. 

 

Consiste no ato de manter no inconsciente conteúdos emocionalmente perturbadores e ameaçadores. 

 

Quando a angústia é intensa demais, certos pensamentos, memórias ou desejos são reprimidos, ou seja, empurrados para o inconsciente, tornando-se inacessíveis à consciência. 

 

Essa repressão pode contribuir para o alívio imediato da angústia, mas os conteúdos reprimidos continuam a exercer influência sobre a psique, podendo emergir de forma indireta através de sintomas ou lapsos freudianos.

 

Negação

A negação envolve a recusa em reconhecer ou aceitar a existência de uma situação angustiante.

 

É um mecanismo de defesa que busca manter a ilusão de que tudo está bem e evitar o confronto com uma realidade perturbadora. 

 

Por exemplo, uma pessoa que recebe um diagnóstico médico grave pode negar ou minimizar a gravidade da situação como forma de lidar com a angústia associada a esse diagnóstico.

 

Deslocamento

O deslocamento ocorre quando direcionamos a angústia de uma fonte original para outra menos ameaçadora. É como se transferíssemos nossa emoção angustiante de um alvo para outro. 

 

Por exemplo, alguém que está com raiva do chefe pode direcionar essa raiva para um colega de trabalho ou até mesmo para um objeto inanimado, evitando confrontar diretamente o verdadeiro motivo de sua angústia.

 

Racionalização

A racionalização é um mecanismo de defesa que envolve a justificação lógica ou a busca de explicações plausíveis para reduzir a angústia emocional. 

 

A pessoa cria argumentos racionais e convincentes para si mesma e para os outros, com o objetivo de minimizar a intensidade da angústia. 

 

Por exemplo, alguém que não consegue um emprego pode racionalizar que não era realmente o trabalho que desejava, buscando uma explicação que diminua a angústia de uma possível rejeição.

 

É importante ressaltar que esses mecanismos de defesa podem oferecer um alívio temporário para a angústia, mas não resolvem os conflitos subjacentes. 

 

Na psicanálise, o trabalho terapêutico visa trazer à tona esses mecanismos de defesa, permitindo que o paciente explore as emoções angustiantes subjacentes e compreenda os conflitos inconscientes que os sustentam. 

 

Dessa forma, através da análise desses mecanismos e da elaboração dos conteúdos reprimidos, o paciente tem a oportunidade de se libertar das amarras da angústia e encontrar caminhos mais saudáveis para lidar com seus conflitos internos.

 

Manifestações Clínicas da Angústia

A angústia pode se manifestar de diferentes maneiras na clínica psicanalítica. 

 

Nesse sentido, ela pode se tornar um sintoma isolado, como ataques de pânico ou fobias, ou pode se manifestar como uma inibição geral, restringindo a capacidade do indivíduo de se engajar plenamente na vida cotidiana.

 

Ainda sobre isso, a relação terapêutica oferece um espaço seguro para a emergência da angústia. 

 

Assim sendo, o terapeuta desempenha um papel vital na ajuda ao paciente para explorar e compreender as raízes profundas da angústia, por meio do processo de transferência e do estabelecimento de um vínculo terapêutico sólido.

 

O terapeuta psicanalista utiliza técnicas específicas para auxiliar o paciente no enfrentamento da angústia. 

 

A interpretação dos sonhos, a associação livre e a análise das resistências são algumas das abordagens terapêuticas que podem ser empregadas nesse processo.

 

Conclusão

Como você pôde ver neste artigo, a angústia é um tema fundamental na psicanálise e desempenha um papel vital na compreensão da psique humana. 

 

Ao explorar suas origens, manifestações e implicações clínicas, os psicanalistas podem oferecer aos seus pacientes uma compreensão mais profunda e uma maior capacidade de enfrentar e superar a angústia. 

 

Com isso, ao desvendar essa essência psicanalítica, somos capazes de auxiliar na construção de uma saúde mental mais sólida e equilibrada.

 

Lembre-se de que para continuar aprofundando-se em termos e conceitos psicanalíticos pode enriquecer ainda mais seus estudos, você deve permanecer lendo nossos conteúdos! 

 

E não se esqueça de compartilhar isso com seus amigos psicanalistas!

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