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Neste artigo, mergulharemos profundamente em um dos conceitos mais emblemáticos e debatidos da psicanálise: o Complexo de Édipo. 

 

Para os psicanalistas e aqueles que desejam explorar as complexidades da mente humana, este é um tópico essencial. 

 

Por isso, prepare-se para descobrir o que é o Complexo de Édipo e quais são suas relações com a psicanálise.

 

Vamos lá?

 

Sigmund Freud e o Nascimento da Psicanálise

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Para compreender o Complexo de Édipo, é fundamental conhecer o pai da psicanálise, Sigmund Freud. 

 

Nesse sentido, Freud revolucionou o campo da psicologia ao desenvolver teorias que exploravam o inconsciente, o papel dos desejos reprimidos e a influência da infância na formação da personalidade.

 

Além disso, ele foi o responsável pelo desenvolvimento da teoria do inconsciente, que é a base da psicanálise. 

 

Com o conceito de Primeira Tópica, descobriu-se como a mente humana opera em camadas, e como os pensamentos e sentimentos que não estão conscientemente acessíveis podem moldar nosso comportamento.

 

 

O que é o complexo de Édipo?

O Complexo de Édipo é um conceito central na teoria psicanalítica desenvolvida por Sigmund Freud. 

 

Ele descreve um conjunto de sentimentos e conflitos que surgem durante o desenvolvimento infantil e tem um impacto profundo na formação da personalidade e na maneira como os indivíduos relacionam-se com os outros ao longo de suas vidas.

 

Outro aspecto importante é que o Complexo de Édipo é nomeado em homenagem a Édipo, um personagem da mitologia grega que, sem saber, mata seu pai e casa-se com sua mãe. 

 

Com isso, Freud usou essa história como uma metáfora para descrever os sentimentos e os conflitos que as crianças enfrentam em relação a seus pais durante o processo de desenvolvimento.

 

As principais características do Complexo de Édipo incluem:

 

  • Atração pelo genitor do sexo oposto: durante a fase fálica do desenvolvimento (geralmente entre os 3 e 6 anos de idade), a criança desenvolve sentimentos de atração romântica ou amorosa pelo genitor do sexo oposto. Isso significa que um menino sentirá atração pela mãe, enquanto uma menina sentirá atração pelo pai.
  • Rivalidade com o genitor do mesmo sexo: simultaneamente à atração pelo genitor do sexo oposto, a criança pode experimentar sentimentos de rivalidade, ciúmes ou hostilidade em relação ao genitor do mesmo sexo. Isso ocorre porque a criança percebe o genitor do mesmo sexo como um rival na busca da afeição do genitor do sexo oposto.
  • Inveja do pênis (caso de meninas): Freud acreditava que meninas na fase fálica desenvolviam um sentimento conhecido como "inveja do pênis", uma vez que percebiam que os meninos tinham um órgão genital diferente e aparentemente mais valorizado. Esse sentimento de inferioridade em relação aos meninos desempenharia um papel importante na formação da psicologia feminina, de acordo com a teoria de Freud.

3 fases do Complexo de Édipo

O Complexo de Édipo é dividido em três fases distintas: a fase oral, a fase anal e a fase fálica. 

 

Cada uma dessas fases desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da personalidade de acordo com a teoria psicanalítica de Sigmund Freud.

 

Assim sendo, vamos analisar cada uma delas em detalhes, entendendo como os desejos e conflitos se manifestam em cada estágio e como eles moldam a psique do indivíduo.



1. Fase Oral

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A fase oral é a primeira fase do Complexo de Édipo e abrange aproximadamente o primeiro ano de vida de uma criança. 

 

Durante esta fase, o foco principal está na boca como fonte de prazer e gratificação. 

 

Bebês exploram o mundo colocando objetos na boca, chupando o polegar e buscando a satisfação de suas necessidades alimentares e orais.

 

Nesse sentido, as experiências nessa fase são cruciais para o desenvolvimento posterior da personalidade. 

 

Se uma criança não recebe cuidados adequados ou enfrenta traumas orais, pode desenvolver fixações nessa fase. 

 

Por exemplo, alguém que experimentou negligência ou superproteção excessiva pode se tornar um adulto com comportamentos compulsivos relacionados à alimentação, tabagismo excessivo ou problemas de comunicação.

 

2. Fase Anal

A fase anal segue a fase oral e ocorre aproximadamente dos 2 aos 3 anos de idade da criança. 

 

Durante esta fase, o foco de prazer e desenvolvimento gira em torno da região anal. 

 

Esta fase é especialmente marcada pelo processo de controle dos esfíncteres e do treinamento para o uso do vaso sanitário.

 

É durante a fase anal que a criança começa a desenvolver noções de ordem, autonomia e controle. 

 

A forma como os pais lidam com o treinamento para o vaso sanitário pode ter um impacto significativo no desenvolvimento da personalidade. 

 

Desse modo, pais excessivamente rígidos ou controladores podem levar a uma criança que se torna excessivamente ordenada, meticulosa e obstinada na vida adulta. 

 

Por outro lado, pais excessivamente permissivos podem resultar em uma pessoa desorganizada e impulsiva.

 

3. Fase Fálica

A fase fálica é a terceira e mais crucial fase do Complexo de Édipo, ocorrendo aproximadamente entre os 3 e 6 anos de idade da criança. 

 

Nesta fase, o foco do prazer se desloca para os órgãos genitais e a criança começa a explorar seu próprio corpo e a diferença entre os sexos. 

 

Uma característica fundamental desta fase é o que Freud chamou de "Complexo de Édipo" propriamente dito.

 

Durante o Complexo de Édipo, uma criança desenvolve sentimentos de atração romântica ou amorosa pelo genitor do sexo oposto (Édipo ou Electra), ao mesmo tempo em que pode sentir rivalidade ou hostilidade em relação ao genitor do mesmo sexo. 

 

Isso é frequentemente chamado de "inveja do pênis" no caso de meninas, pois percebem a diferença anatômica.

 

Como Resolver o Complexo de Édipo?

A resolução do Complexo de Édipo varia de acordo com o gênero da criança, requerendo abordagens distintas para meninos e meninas. 

 

Em ambos os casos, a superação desse complexo envolve a aceitação da impossibilidade do incesto, a internalização de normas morais relacionadas a isso e a transferência dos afetos de amor e ódio para outras figuras.

 

Para ampliar esses aspectos comuns, Freud propôs abordagens específicas:

 

  • Para meninos: É crucial que eles aceitem a impossibilidade do incesto com a mãe, superem a rivalidade com o pai e internalizem o pai como um símbolo de referência moral.
  • Para meninas: A resolução envolve a aceitação da impossibilidade do incesto com o pai, a superação da rivalidade com a mãe e a canalização de seus sentimentos para um afeto substituto, frequentemente direcionado à maternidade.

 

A superação da fase edipiana é essencial para o desenvolvimento de uma identidade saudável e autônoma nas crianças, o que requer que elas:

 

  • Se identifiquem com o genitor do mesmo sexo (meninos com o pai e meninas com a mãe).
  • Deixem de desejar o genitor do sexo oposto.

 

Dessa forma, a criança consegue resolver o conflito inerente ao Complexo de Édipo. 

 

A responsabilidade dos pais na educação psicológica da criança consiste em permitir que ela alcance autonomia e não restrinja seus afetos (amor e hostilidade) apenas ao núcleo familiar.

 

Para alcançar esse objetivo, a criança e, posteriormente, o adolescente, buscarão outros modelos e objetos de afeto, como brinquedos, amigos, professores, super-heróis, artistas, entre outros. 

 

Às vezes, eles podem até rejeitar a atenção dos pais, o que é comum na busca pela independência necessária.

 

De acordo com a teoria de Freud, nessa fase edipiana, o "id" primitivo deseja eliminar o pai, enquanto o "ego" realista reconhece a superioridade do pai. 

 

Isso gera a angústia da castração no menino, que teme a intervenção do pai mais forte. 

 

À medida que a criança compreende as diferenças físicas entre homens e mulheres, ela acredita que o órgão genital feminino foi removido, resultando no chamado "Complexo de Castração".

 

 

Para superar esse conflito, o filho deve se identificar com o pai, aceitando-o e desenvolvendo um respeito por sua figura. 

 

Isso é crucial para evitar ficar em uma posição vulnerável no futuro. 

 

Ao mesmo tempo, o filho deve renunciar ao desejo incestuoso pela mãe, lembrando que essas atrações são de natureza pulsional e complexas na formação da sexualidade e personalidade.

 

Em resumo, para superar o Complexo de Édipo e progredir em direção à maturidade, o filho precisa aceitar a autoridade do pai e compreender a impossibilidade de um relacionamento conjugal pleno com sua mãe. 

 

Dessa forma, o "eu" fica livre para se vincular a outras figuras de amor e realizar-se em áreas como relacionamentos, carreira e responsabilidades pessoais, familiares e sociais.

 

É importante destacar que um Complexo de Édipo mal resolvido pode resultar em uma pessoa que, na idade adulta, permanece infantilizada, insegura em relação a ambientes e pessoas, incapaz de assumir responsabilidades, dependente do afeto e proteção maternos, e presa à rivalidade com o pai, projetando a figura paterna em outras pessoas e incapaz de tomar decisões de forma independente.

 

Conclusão

À medida que chegamos ao fim desta jornada pelo Complexo de Édipo, é evidente que esse conceito tem um impacto duradouro na psicanálise e na compreensão da mente humana. 

 

Para psicanalistas e aspirantes a psicanalistas, o estudo deste complexo é essencial para uma compreensão mais profunda da psicologia.

 

Continue explorando e aprofundando seus conhecimentos, pois a mente humana continua sendo um dos maiores mistérios a serem desvendados.

 

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