Na última quarta-feira (17), aconteceu o lançamento de um livro muito especial chamado "Ocupar a psicanálise: por uma clínica antirracista e decolonial".
O livro discute os desafios e as possíveis rupturas no campo do conhecimento, nas relações sociais e nas jornadas individuais que surgem com a proposta de uma abordagem psicanalítica antirracista e decolonial.
Além de marcar os dois anos de atividades do coletivo Ocupação Psicanalítica - Ufes, o lançamento também contou com a participação de professores universitários e psicanalistas para abordar o assunto.
O livro foi organizado pelos professores Fábio Bispo, do Departamento de Psicologia da Ufes, e Andreia Guerra, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Ele foi escrito por pesquisadores, psicanalistas membros do coletivo e autores que têm sido consultores do projeto de pesquisa e extensão chamado Ocupação Psicanalítica - por uma clínica antirracista.
A obra é dividida em três partes:
- Ocupar a Universidade: ações afirmativas contra o racismo;
- Ocupar a Psicanálise: a crítica ao racismo estrutural;
- Ocupar a Clínica: por uma prática antirracista.
Segundo os organizadores, "ocupar" significa confrontar e afirmar outras formas de pensar.
Clínicas para saúde mental
O livro faz parte da coleção Decolonização e Psicanálise, publicada pela Editora N-1 em parceria com o Núcleo de Psicanálise e Laço Social no Contemporâneo, da UFMG.
É um projeto do coletivo Ocupação Psicanalítica, que além da UFMG e da Ufes, também está presente nas universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Recôncavo da Bahia (UFRB).
O coletivo organiza ações clínicas voltadas para a saúde mental da população negra e a formação de estudantes e profissionais de Psicologia, com o objetivo de promover e compartilhar práticas clínicas antirracistas.
O projeto recebe financiamento do edital Emenda Geral da deputada federal Áurea Carolina e, em 2022, foi agraciado com o Prêmio Profissional Virgínia Bicudo, promovido pelo Conselho Federal de Psicologia para destacar iniciativas bem-sucedidas no campo da Psicologia e sua relação com questões raciais.
Fábio Bispo, coautor e coorganizador do livro, destaca: "Este livro é um marco importante em nossa trajetória como coletivo e também é um chamado à Universidade e à Psicanálise para desenvolverem práticas antirracistas".