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Você, psicanalista ou estudante de psicanálise, já se perguntou sobre o verdadeiro significado o que é afeto para psicanálise? 

 

Neste artigo, mergulharemos no universo das emoções e exploraremos como o afeto desempenha um papel fundamental na prática psicanalítica. 

 

Ao compreendermos o significado e a importância do afeto, poderemos aprimorar nossas sessões terapêuticas e promover uma transformação profunda em nossos pacientes.

 

O que é afeto?

 

Na psicanálise, o afeto refere-se à experiência emocional de um indivíduo. 

 

No texto "O inconsciente" (1915), Freud define o afeto da seguinte forma: "Os afetos e os sentimentos correspondem a processos de descarga, cujas manifestações finais são percebidas como sensações".

 

Sendo assim, afeto é a maneira como os sentimentos são vivenciados, expressados e processados dentro de cada um de nós. 

Ele pode variar de alegria e amor a tristeza e raiva, e pode ser acompanhado por sensações físicas intensas. 

 

Além disso, é uma resposta autêntica às experiências da vida e desempenha um papel vital em nosso bem-estar emocional.

 

Por exemplo, quando a criança supera o momento em que vê a mãe como a figura desejada e o pai como um rival, ela começa a se interessar mais pelo aprendizado, por novas experiências e por outras pessoas. 

 

Já na perspectiva da psicanálise de Winnicott, o afeto é o cuidado e proteção que a mãe oferece à criança. 

 

Com o passar do tempo, a mãe precisa permitir que a criança explore outros aspectos da vida, não sendo excessivamente protetora. 

 

Isso é fundamental para o desenvolvimento psicológico da criança. 

 

Em nossa Formação em Psicanálise, abordamos essas ideias de Freud e Winnicott, oferecendo também a habilitação para atuar como psicanalista.



Como o afeto se manifesta nas nossas relações pessoais?

De acordo com a psicanálise, o sentimento de afeto por alguém está intimamente relacionado aos processos inconscientes e às experiências vividas ao longo da vida. 

 

O afeto surge como resultado das nossas experiências emocionais, tanto positivas quanto negativas, que moldam a forma como nos relacionamos com os outros.

 

Segundo a teoria psicanalítica, o afeto pode estar ligado a diferentes motivos e dinâmicas psicológicas. 

 

Um dos conceitos fundamentais é o Complexo de Édipo, proposto por Freud, que aborda o desenvolvimento emocional e afetivo na infância. 

 

De acordo com esse conceito, durante a fase fálica do desenvolvimento, as crianças desenvolvem sentimentos afetivos intensos em relação aos pais, o que pode influenciar suas interações emocionais posteriores.

 

Além disso, o afeto pode ser influenciado por fatores como:

 

  • a projeção de desejos e fantasias inconscientes, 
  • identificação com figuras significativas, 
  • memórias afetivas associadas a experiências passadas e 
  • o processo de transferência na relação terapêutica. 

 

A transferência ocorre quando o paciente projeta sentimentos e emoções inconscientes sobre o terapeuta, revivendo padrões de relacionamento antigos.

 

Pode ser expresso verbalmente, através das palavras do paciente, mas também se manifesta de forma não verbal, por meio de expressões faciais, linguagem corporal e até mesmo silêncios. 

 

O afeto também desempenha um papel importante na formação dos laços emocionais e afetivos ao longo da vida. 

 

Ele pode ser baseado em necessidades de segurança, apego, intimidade, gratificação emocional e outras dinâmicas emocionais complexas. 

 

A forma como sentimos afeto por alguém está relacionada à nossa história individual e à maneira como internalizamos e processamos nossas experiências emocionais.

 

Qual a diferença entre afeto, sentimento e emoção?

Na perspectiva da psicanálise, existem distinções sutis entre afeto, sentimento e emoção. 

 

Embora esses termos sejam frequentemente usados de forma intercambiável na linguagem cotidiana, a psicanálise busca diferenciá-los com base em seus significados e funções específicas. 

 

Vamos explorar essas diferenças!

 

Como você já viu aqui neste artigo, o afeto, na psicanálise, refere-se à experiência emocional pura e imediata. 

 

É uma resposta emocional básica que surge em relação a estímulos internos ou externos. 

 

Sendo assim, é expresso através de reações físicas, como mudanças na expressão facial, tonalidade de voz, postura corporal, entre outros. 

 

Por outro lado, os sentimentos são experiências emocionais mais complexas e elaboradas. 

Diferentemente dos afetos, os sentimentos envolvem uma interpretação cognitiva das emoções. 

 

Desse modo, estão relacionados à nossa experiência subjetiva das emoções e estão intimamente ligados às nossas percepções, crenças, valores e memórias pessoais. 

 

Eles são influenciados por processos psicológicos mais sofisticados, como a capacidade de reflexão e a elaboração simbólica.

 

Já as emoções são estados afetivos complexos que envolvem tanto o componente físico quanto o psicológico. 

 

Elas são consideradas uma combinação de afeto, sentimento e interpretação cognitiva. 

 

As emoções são influenciadas por fatores internos e externos e estão associadas a uma ampla gama de respostas emocionais, como alegria, tristeza, raiva, medo, amor, entre outras. 

 

Elas tendem a ter uma duração mais prolongada do que os afetos, envolvendo um processo de elaboração e regulação emocional.

Quais as vantagens de ter afeto?

Segundo a psicanálise, o afeto desempenha um papel fundamental em nosso desenvolvimento psicológico e emocional, trazendo diversos benefícios para nossa saúde mental e bem-estar. 

 

Alguns desses benefícios são:

 

1) Você se expressa com autenticidade

 

O afeto nos permite expressar e vivenciar nossas emoções de forma genuína. 

 

Ao reconhecer, validar e expressar nossos sentimentos, podemos experimentar um alívio emocional e uma maior integridade pessoal.

 

2) Aprende a lidar com traumas e dificuldades emocionais

 

O afeto nos ajuda a processar experiências traumáticas e lidar com dificuldades emocionais. 

 

Ao vivenciar e expressar nossos afetos relacionados a essas situações, podemos compreender melhor suas origens e trabalhar em direção à cura e superação.

 

3) Autoconhecimento e autodescoberta

 

Ele oferece insights valiosos sobre nós mesmos. 

 

Ao explorar nossos sentimentos e emoções mais profundos, podemos ganhar uma compreensão mais clara de nossas motivações, desejos, medos e padrões de comportamento, promovendo um maior autoconhecimento e crescimento pessoal.

 

4) Fortalece dos vínculos interpessoais

 

Ao expressar afeto genuíno em nossas relações, podemos cultivar conexões mais profundas, empáticas e significativas com os outros, contribuindo para relacionamentos mais saudáveis e gratificantes.

 

5) Promove da resiliência emocional

 

O afeto nos ajuda a desenvolver resiliência emocional, permitindo-nos lidar de forma adaptativa com desafios e adversidades.

 

Dessa forma, ao reconhecer e trabalhar com nossos afetos, podemos desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento, aumentando nossa capacidade de lidar com o estresse, a ansiedade e as dificuldades da vida.

 

6) Transformação e crescimento pessoal

 

Ao explorar, compreender e trabalhar com nossos afetos, temos a oportunidade de promover uma transformação interna significativa. 

O afeto nos impulsiona a enfrentar questões emocionais profundas, desconfortáveis ??ou não resolvidas, permitindo-nos crescer e evoluir em níveis pessoais e emocionais.



3 consequências da falta de afeto

Assim como sua presença traz benefícios, também há consequências com a sua ausência. 

 

As relações interativas podem se declinar caso o afeto seja negado, tanto na emissão, quanto no recebimento. 

 

Veja algumas das consequências da falta de afeto abaixo:

 

  • Dificuldades de vinculação emocional: A falta de afeto pode resultar em dificuldades para estabelecer conexões emocionais profundas e significativas com os outros, levando a relacionamentos superficiais e distantes.
  • Problemas de autorregulação emocional: A ausência de afeto pode levar a dificuldades para lidar e regular as emoções, resultando em explosões emocionais intensas ou repressão excessiva dos sentimentos.
  • Baixa autoestima e falta de autoconfiança: A falta de afeto pode levar a uma percepção negativa de si mesmo, prejudicando a autoestima e a confiança emocional, dificultando o desenvolvimento saudável da identidade pessoal.

 

Conclusão

 

Como você viu no artigo de hoje, o  afeto desempenha um papel crucial na psicanálise. 

 

Como psicanalistas, é essencial compreender e explorar o significado do afeto na terapia. 

 

Ao valorizar a expressão emocional autêntica dos pacientes, podemos ajudá-los a navegar por suas emoções mais profundas, promovendo um processo de cura significativo. 

 

Ao interpretar o afeto, descobrimos as raízes emocionais dos problemas e capacitamos os pacientes a transformar suas vidas. 

 

Abraçar o poder do afeto é abrir portas para a mudança e a transformação emocional.

 

Se você deseja aprender mais sobre esse assunto, não deixe de conhecer nossa Formação em Psicanálise!

 

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